domingo, 25 de agosto de 2013

Merida: moleca ou princesa?

Valente (Brave), dirigido por Mark Andrews e ganhador do Oscar de Melhor Animação 2013, ganhou matéria na revista Monet na edição de setembro de 2013 por ter um ocorrido polêmico.
Para começar, Brenda Chapman, primeira mulher a dirigir um longa-metragem de animação num grande estúdio (O Príncipe do Egito, de 1998, pela DreamWorks), foi quem teve a ideia de fazer o filme, inspirada em sua filha Emma. Então criou Merida, uma princesa desobediente, desleixada e excelente no manejo do arco e da flecha. E que por não ser uma Branca de Neve, briga o tempo todo com a mãe.
Porem, em outubro de 2010, Chapman foi dispensada da direção. O motivo oficial do afastamento foi uma suposta "divergência de criatividade" entre a cineasta e o estúdio Pixar. Esta foi substituída pelo diretor Mark Andrews, já citado acima. Mas, em Hollywood, circulou-se que a verdadeira razão foi o medo de fazer uma história excessivamente centrada no universo feminino, afastando assim o sexo oposto.
A revista e eu temos a mesma opinião sobre o contraponto a ser lembrado. O Rei Leão, segunda animação com maior bilheteria na história, tem a trama toda centrada em machos e comoveu a garotada de ambos os sexos. Então por quê o conflito entre mãe e filha, um processo familiar vivido por praticamente o mundo todo, faria de Valente um filme com desempenho comercial inferior ao que acabou registrado?
A resposta é nenhuma.
Em maio passado, nova polêmica, que será o assunto tratado nesse post. Pixar divulga imagens da protagonista repaginada, com roupas cintilantes e ar de Princesa Disney. O público logo se manifestou contra as mudanças de visual, com uma petição pela manutenção da "velha Merida" assinada por mais de 100 mil pessoas. 90% das pessoas que responderam uma enquete feita pela Daily News America  preferiram a personagem com a aparência inicial tendo a ideia de que uma princesa com ares de "perfeição" e "sedução" não exerceria boa influência sobre as crianças.
"A imagem das princesas", conta a antropóloga Michele Escoura, "é totalmente dependente do príncipe, e apesar das grandes diferenças nas narrativas [de cada história sobre elas na Disney], a realização de si enquanto um exemplo de feminilidade só é completa após o casamento ou a sua sugestão".
Felizmente, o papel da mocinha dependente dos homens não é exclusivo da Disney. Merida, fazendo jus ao título do longa, tem a valentia de contestar justamente a obrigação do casamento. Entre a história original e os medos do departamento de marketing da Disney, Valente consegue trazer uma nova proposta para as garotas, menos submissa e estereotipada. E procura divertir as crianças com muitas cenas de ação, magia e comédia.

Por essas razões, quero que vejam as imagens de antes e depois da personagem Merida, de Valente, da Disney Pixar.


























                       Antes





                           Depois                                                      



Bjs.